
Deputados da base de Bolsonaro evitam já respaldar reeleição e cogitam apoio a Lula
Folha de S.Paulo
A entrada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida eleitoral abalou a tentativa de Jair Bolsonaro de manter intacto em seu entorno, na disputa à reeleição, o arco de parlamentares que hoje forma sua base de sustentação no Congresso Nacional.
A Folha de S.Paulo trás na sua edição deste domingo (13), que ouviu nos últimos dias vários governistas que, embora mantenham-se alinhados ao Palácio do Planalto, evitam neste momento carimbar a adesão à chapa de Bolsonaro à reeleição. Alguns sinalizam a possibilidade de, lá na frente, pular para o palanque petista.
A hipótese de terceira via é desejada pela maioria deles, mas ao mesmo tempo descartada por vários, sob o argumento de que ela não tem se mostrado até agora factível, mesmo com a manutenção do discurso de partidos de centro e de direita de continuar a busca por uma frente ampla.
Os deputados Cacá Leão (PP-BA) e Marcelo Aro (PP-MG), por exemplo, integram o PP, o partido que lidera o centrão e está na linha de frente da defesa e da sustentação política a Bolsonaro.
Sobre 2022, os dois afirmam ser preciso ainda um clarear de cenário para haver uma definição entre Lula e Bolsonaro.
“Vai ser uma eleição polarizada. Não acredito em terceira via, eles se retroalimentam”, diz Cacá Leão, que é líder da bancada do PP na Câmara. Sobre seu estado, a Bahia, afirma que hoje há uma maioria de apoio a Lula, mas que é preciso esperar. Questionado sobre se votaria no petista ou em Bolsonaro, se limitou a dizer:
“Calma! Calma! Deixa o partido tomar a decisão”.