
Mensagens da Lava Jato abrem primeira crise da nova gestão da PF com setor que investiga políticos
Uma manifestação contundente de um delegado sobre as mensagens hackeadas da Lava Jato abriu a primeira crise da nova gestão da Polícia Federal com o setor mais sensível do órgão, que investiga pessoas com foro especial.
O embate está no contexto da movimentação política e jurídica que busca usar os diálogos vazados para punir integrantes da força-tarefa da operação de Curitiba e em meio às recentes mudanças de comando da PF no governo Jair Bolsonaro.
O delegado que comanda a área de investigações contra políticos e seu superior, o coordenador-geral de combate à corrupção, foram trocados na semana passada logo após o episódio que envolveu as mensagens da Lava Jato.
Pessoas ouvidas pela Folha relatam mal-estar pela forma como as mudanças ocorreram e o clima de desconfiança gerado entre os investigadores.
As trocas foram feitas pelo novo diretor de investigação e combate ao crime organizado (Dicor), Luís Flávio Zampronha. Ele tirou os delegados Thiago Delabary da coordenação-geral e Felipe Leal do Serviço de Inquéritos Especiais (Sinq), responsável pelos casos que envolvem políticos e demais pessoas com foro especial.
O problema começou após o jornal O Globo revelar um ofício encaminhado por Leal em resposta a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre as mensagens hackeadas.