
Planalto defende que CPI da Covid investigue estados e municípios
CNN Brasil
O Palácio do Planalto opera para tentar ampliar o raio de atuação da CPI da Covid. O ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos (foto), disse que o governo não tem medo da CPI, mas da forma como ela está colocada, ela tem por objetivo atingir o presidente Jair Bolsonaro.
“O governo não tem medo de CPI. Mas querem abrir uma CPI direcionada e claramente parcial para tentar atingir o presidente. Não é momento de CPI, mas se for pra fazer não é correto apurar só a União. É preciso apurar estados e prefeituras também”, disse Ramos.
De acordo com ele, muitos gestores estaduais e municipais também cometeram erros.
A declaração vai na linha do que defendeu o ministro Fábio Faria. “O Brasil está tendo mortos por causa do presidente Bolsonaro? E os prefeitos e estados, que têm condições de adotar quaisquer medidas que eles possam adotar? Por que ninguém cobra deles?”, disse Faria na última quinta-feira.
Há duas possibilidades na mesa para tentar ampliar o escopo da investigação. Uma, a preferida do governo, é que a CPI aberta seja a que vem sendo requerida pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE). O senador tem dito que de dezembro para cá ocorreram, por exemplo, mais de 60 operações da Polícia Federal sobre desvios em recurso para combate à pandemia, mais de 1.000 mandados de busca e apreensão e pelo menos 144 pedidos de prisão preventiva ou temporária.
Outra possibilidade é após a instalação da CPI determinada pelo ministro Luis Roberto Barroso, os próprios senadores ampliem o objeto no decorrer da apuração.
Antes disso, há outros movimentos em curso. Um considerado mais difícil, de pressionar senadores a retirar assinaturas do requerimento de Pacheco. Outro, para que lideranças dos blocos partidários alinhados ao governo não indiquem senadores para a comissão, atrasando a sua abertura.